Quando uma derrota faz bem
Guilherme Bana
| quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
Dessa vez vai ser diferente. Não vou fazer a análise do jogo como costumo fazer. Não vou fazer nenhuma consideração ou criticar alguém (por mais que eu goste de fazer isso), até porque ficou bem claro quais são os problemas dos Chargers e a dimensão que eles tomaram no que veio a ser o último jogo do time.
Em situações como essa, o emocional toma conta e a razão acaba ficando em segundo plano, mas quero mudar isso. Não vou ficar aqui lamentando a derrota (até porque passei os últimos dias fazendo isso toda hora - minha família e amigos sabem bem do que estou falando).
Perder nunca é bom, mas para esse time, e nessa altura do campeonato foi. Em todos esses anos acompanhando os Chargers nunca vi um time tão baleado e destruído por lesões como esse. Uma lista rápida para não fazermos desse post um livro: Nick Hardwick, Ryan Mathews, Danny Woodhead, Melvin Ingram, Manti Te'o, Jason Verrett, Keenan Allen, mais recentemente Philip Rivers e muitos outros por ai. Tem momentos que você tem que entender que eles são humanos e, até que ponto vale arriscar a carreira de um deles para a sua felicidade momentânea? E sejamos sinceros: esse time ganharia em Pittsburgh na próxima semana? Provavelmente não.
O que quero dizer é que chegou um momento que nem por mais que eles tentassem, o resultado seria zero (ou mínimo). Abri mão de várias coisas para acompanhar essa temporada e não me arrependo nenhum pouco disso, simplesmente pelo fato de ter visto um elenco com jogadores que querem ser os melhores da liga e que deram tudo e mais um pouco do que podiam em nome do time.
Poucas equipes seriam capazes de chegar na situação que chegamos e com os mesmos problemas. Jogadores indo para o sacrifício, como Rivers atuando com uma suspeita de hérnia, e todos os outros que tiveram uma atuação prejudicada por lesão, mas que queriam vencer. Isso basta para mim. A franquia hoje tem uma mentalidade vencedora e vimos isso em muitos jogos.
Tenho certeza que partidas como contra Seahawks, Rams, Ravens e 49ers (para citar alguns) nunca serão esquecidas por nós. Momentos como esses acontecem quando você acredita que pode, e hoje temos 53 jogadores que acreditam que podem ser campeões sim. É frustrante para torcedores e jogadores verem suas chances indo embora como foram, mas nada como um ano após o outro (final de 2013 e 2014 que os digam).
Apesar do resultado não ter sido o esperado, foi um ano de provação para muitos membros do time, torcedores e administração. Com algumas exceções, podemos dizer que finalmente as escolhas de Tom Telesco e McCoy estão dando frutos. Jogadores novos, draftados nos primeiros rounds ou que nem foram draftados já são peças importantes para o time.
A capacidade de superação ao longo da temporada foi algo que não existia em muito tempo em San Diego. A última impressão realmente não foi das melhores (né Frank Reich?), mas se a primeira impressão é a que fica, a perspectiva para o futuro é grande.
Gostaria de deixar claro que hoje você tem todos os motivos para se orgulhar do time que torce e que anos melhores estão por vir. Entenda que da mesma forma que você precisa de férias e tem momentos que o trabalho/estudo não rende, os jogadores também precisam, e chegou esse momento para eles.
Como Eddie Royal disse: "Não acredito que a temporada acabou... demos tudo que tínhamos e lutamos por cada centímetro".
Obrigado por mais um ano, San Diego Chargers.