O Chargers de 2013 foi um time que não vimos a muito tempo, isso se deve muito por conta das mudanças no staff, destaque para as chegadas do HC Mike McCoy (ex OC do Denver) e GM Tom Telesco (que trabalhava no scout de jogadores em Indianapolis) nos lugares dos inoperantes Norv Turner e AJ Smith respectivamente.
Outras mudanças no staff, como a chegada de Ken Whisenhunt, OC, Joe D’Alessandris, técnico da OL, também foram fundamentais para as conquistas dentro de campo.
O futuro está bem na nossa frente e estamos caminhando para o lado certo.
OFFSEASON
Depois da demissão de Norv Turner e AJ Smith era claro que muita coisa teria que mudar em San Diego, um time que já possuía muitos jovens talentos mas que não engrenava dentro de campo (ai pode colocar a culpa no Diretor Skinner, vulgo Norv Turner). Essa mudança teria que vir com a mentalidade dos novos contratados e acima de tudo em um Draft pontual.E isso aconteceu, o Draft de San Diego foi um dos melhores da liga, D.J. Fluker, um monstro na linha ofensiva foi a primeira escolha do time e teve um impacto enorme já na sua primeira temporada ajudando principalmente no jogo corrido. Ryan Mathews, que teve sua melhor temporada, tem muito a agradecer.
Em seguida, o LB Manti Te’o, um dos jogadores mais premiados na universidade, mas por conta de problemas extra campo fez sua posição no Draft cair. Tom Telesco e McCoy acreditaram nele. Perdeu alguns jogos por conta de lesão, e não teve um inicio de temporada tão animador. Mas assim como todo time, cresceu na segunda metade da temporada. Ainda vai crescer muito.
A terceira escolha do time, E QUE ESCOLHA, o WR KEENAN ALLEN. Por conta de uma lesão no joelho, sua posição de Draft também despencou, nada que assustasse o novo staff de San Diego. Não jogou tanto nos primeiros jogos, o que o fez em pensar de abandonar o Chargers e a NFL. Por conta de lesões dos principais WR’s do time (M.Floyd e D.Alexander), o rookie ganhou seu espaço (e damos graças a Deus que isso aconteceu). Com 71 recepções para 1.046 jardas e 8 TD’s durante a temporada regular, Allen é para muitos o Rookie of the Year. Philip Rivers tem que agradecer, e muito por ter ele entre os seus recebedores.
REGULAR SEASSON
Quando saiu a tabela do Chargers dava sim para sonhar mais alto, até mesmo por todas as mudanças que estavam ocorrendo, mas sempre com aquele pé atras, afinal o Chargers sempre aprontava uma contra ele mesmo. E a temporada não podia começar pior. Após abrir 28-0 no primeiro tempo sobre o Texans no Qualcomm, em San Diego, o time sucumbiu e conseguiu perder por 35-28. Logo passou o filme das ultimas temporadas, principalmente aquele jogo contra o Broncos em 2012 que teve uma situação parecida (Chargers abriu 24-0 e perdeu por 35-24).Chargers se recuperou e bateu o Eagles na Philadelphia, mas continuava alternando altos e baixos até a bye week na semana 8 chegando com um record de 4-3 (mas não me conformo de que poderíamos estar 6-1 ou até melhor, por sorte não fez falta).
Era fato que a segunda metade da temporada seria complicada para o Chargers, até porque enfrentaria Broncos e Chiefs duas vezes cada, times que ainda estavam invictos. E ela começou com uma viagem para a capital do EUA para enfrentar o Redskins (que acabaria a temporada 3-13). Jogo que todo torcedor do Chargers quer esquecer por motivos óbvios. Depois dessa derrota, o Chargers ainda perderia mais duas vezes seguidas e se distanciaria dos playoffs momentaneamente.
Com um recorde de 4-6 até o momento, o Chargers viajaria para enfrentar o Chiefs em Kansas. Time esse que tinha acabado de perder a invencibilidade para o Broncos, mas ainda era imbativel em casa. Em um dos melhores jogos da temporada, o Chargers bateu o Chiefs por 41-38 (no primeiro upset da equipe) com Philip Rivers mostrando que a sua ótima temporada não era por acaso. Ânimos renovados, mas só por uma semana, já que o Chargers perderia para o Bengals em casa e veria as chances de playoffs ficarem em 1,6% após a semana 13.
O Chargers precisaria de um milagre para chegar a pós temporada, e ele aconteceria. Destaque para o segundo (e bem maior) upset do Chargers. Chegou em Denver e ganhou com autoridade do Peyton Manning e companhia. Ainda não era o suficiente. Chegou na semana 17 precisando que Ravens e Dolphins perdessem e que ganhasse do mistão (para não dizer todos os reservas) do Chiefs. A primeira parte aconteceu até com certa tranquilidade, a segunda foi teste para cardíacos. Field Goal errado restando 8 segundos - que decretaria a derrota do Chargers caso fosse convertido. Vitória de San Diego na prorrogação. Foi sofrido, mas aconteceu: SIM, MILAGRES EXISTEM!
PLAYOFFS (SAUDADES)
O Chargers não disputava os playoffs desde de 2010 (temporada de 2009), e entraria nesse como seed 6 em uma historia de Cinderela. O Chargers não chegou a toa nesse ponto, fez por merecer. Não foi por conta de um erro do juiz no FG do Chiefs e apenas isso. Era obvio que dentre todos os times que disputava a ultima vaga, o Chargers era o mais talentoso e perigoso deles e poderia assustar (como assustou).No Wild Card o time enfrentaria o Bengals em Cincinnati, onde o time da casa estava invicto. Todos os membros da organização do Chargers vinham falando que já estavam jogando no “modo playoffs” a semanas. E isso ficou claro. Bateu o Bengals com autoridade por 27-10 e avançou para o Divisional Round para enfrentar o Broncos pela terceira vez na temporada.
Por que não acreditar nesse time? Já tínhamos ganhado em Denver, por que não mais um upset? Dessa vez não. Vitoria do Broncos por 24-17, e chegamos a assustar no final. Assim acabaria a grata temporada do Chargers.
GRATAS SURPRESAS
Muitas coisas animam os torcedores do Chargers para os próximos anos. O ressurgimento de Philip Rivers talvez seja o principal. Após algumas temporadas de muitas criticas, Rivers teve uma temporada sensacional, grande candidato para Comeback Player of the Year (nada mais do que justo).Rivers não ressurgiu sozinho, muitas coisas mudaram. Ken Whisenhunt, novo OC, mudou a dinâmica do ataque, agora Rivers seguraria a bola por menos tempo, passes curtos e efetivos. O resultado disso? Rivers foi o melhor em termos de precisão, além de 32 TD’s e 11 INT.
A linha ofensiva, outro grande fator para o ressurgimento do Rivers. Joe D’Alessandris o responsável por ela, fez dessa linha, a quinta pior em 2012 para a quarta melhor em 2013 (isso ainda com vários problemas de lesões). Foram mais de 16 combinações diferentes e varias improvisações.
Ryan Mathews e Danny Woodhead. O primeiro teve sua melhor temporada na carreira, o segundo caiu como uma luva nesse time. Ajudaram a tirar a pressão do Rivers e deixa-lo mais confortável e imprevisível.
Como já falamos, os rookies tiveram um grande impacto nesse novo Chargers, e que nos deixam animados para vôos maiores nas próximas temporadas.
OBS: Poucos se lembram, mas como citamos, Rivers fez tudo isso sem seus dois principais WR.
O REGASTE DO ORGULHO
Esse título pode parecer mais forte do que é, mas poucos, para não dizer ninguém, acreditava que o Chargers poderia chegar onde chegou. Nada pode ser mais gratificante do que isso. Para quem vem acompanhando o Chargers a alguns anos sabe bem como é difícil torcer para um time que em muitas vezes é o seu próprio adversário. Foram anos de decepções, em que o orgulho ficou esquecido na época de LT e companhia.Esse ano parecia caminhar para isso, mas o final foi diferente, uma organização nova, uma mentalidade nova, um grupo de 53 jogadores que aprenderam a defender as cores do San Diego (Super) Chargers, que tem caráter e que acima de tudo, ganharam o respeito da liga e principalmente dos próprios torcedores. O orgulho do Chargers voltou a tona, e isso tende a crescer. Essa temporada foi a melhor em muitos sentidos.
Não tem motivo para se envergonhar desse time, a cabeça tem que continuar levantada e sim, temos que bater palmas por tudo que eles fizeram.
Guilherme Bana, em texto especial para os Bolts Brasil, Guilherme é um dos responsáveis pelo Twitter (@boltsbrasil) e é mais um torcedor fanático do San Diego Chargers.