terça-feira, 2 de setembro de 2014


Com o período de Free Agency, Draft , OTA's, Training Camp, pré temporada e até mesmo o corte final dos elencos já para trás, a análise do que um time pode fazer durante o ano fica mais claro. E é dessa maneira que tentaremos dar uma pincelada sobre o que o San Diego Chargers é capaz de fazer em 2014.

Todos já sabem como acabou a temporada passada para Rivers e companhia. Com uma sequência de vitórias, a equipe de San Diego chegou aos playoffs, bateu o Bengals em Cincinnati e deu trabalho para o Broncos no Divisional Round. Se a defesa não falhasse naquela 3rd&17, a história poderia ser outra, se...

De qualquer maneira, o primeiro ano sob o comando de Mike McCoy e Tom Telesco foi positivo, e a expectativa para um segundo ano ainda melhor, crescia.

OFFSEASON

O primeiro passo seria continuar a reformulação no elenco, principalmente na defesa. Como de costume a equipe não saiu desesperada no mercado de Free Agency, muito por conta do pouco espaço disponível no cap.

  • Chegaram: RB Donald Brown, LB Kavell Conner, QB Kellen Clemens, CB Brandon Ghee (já dispensado), CB Brandon Flowers;
  • Saíram: DT Cam Thomas, CB Derek Cox, QB Charlie Whitehurst, CB Johnny Patrick, WR Vicent Brown (dispensado), LB Thomas Keiser (dispensado)
O foco nesse período foi a renovação de contrato com jogadores importantes como o LB Donald Butler, S Darrell Stuckey e OG Chad Rinehart. 

O segundo passo, e não menos importante, seria o Draft. O objetivo era claro: acrescentar jogadores capazes de fazer a defesa do time atuar em alto nível constantemente. Para tal, as duas primeiras escolhas da franquia foram o CB Jason Verrett e OLB Jeremiah Attaochu. OG Chris Watt, NT Ryan Carrethers, RB Marion Grice e WR Tevin Reese (já dispensado pela fraca pré temporada) foram outras adições no evento.

O time começava a criar "corpo" para o restante do ano. Restava o Training Camp e a pré temporada para que o elenco fosse fechado. Por sorte, dedicação, cuidado (chame do que quiser), a equipe não sofreu com lesões que pudessem afetar consideravelmente no desempenho do time.

Mas fazer um resumo da offseason do Chargers não é o objetivo desse texto. Já explicado o contexto, vamos para a parte interessante: a previsão da temporada.

Jason Verrett, primeira escolha do Chargers no Draft de 2014

ATAQUE

O ataque do Chargers foi rankeado como o quinto melhor da temporada passada com 393.3 jardas por jogo, muito por conta do ressurgimento de Philip Rivers, aliado a melhor temporada da carreira do RB Ryan Mathews (1.255 jardas e 6 touchdowns). Ken Whisenhunt, coordenador ofensivo da equipe em 2013 (atual Head Coach do Tennessee Titans) tem muito a ver com isso. Com um esquema de jogo baseado no ataque terrestre para tirar a pressão de Rivers e com o QB abusando de passes rápidos, curtos e precisos para explorar os atributos de seus recebedores, o ataque do Chargers foi um show a parte.

Mesmo com a saída de Whisenhunt, o esquema de jogo, agora sob comando de Frank Reich, não deve sofrer grandes mudanças. A expectativa é para a melhora do setor com o retorno do WR Malcom Floyd (que perdeu quase todo ano de 2013 com uma lesão no pescoço) e o reforço de Brown no grupo de Running Back's. Esta unidade, por sinal, é uma das mais comentadas da liga pela qualidade que apresenta, simbolizada por Ryan Mathews, Danny Woodhead (foi o RB com mais passes recebidos ano passado, só atrás de Jamaal Charles), Donald Brown, Marion Grice e Branden Oliver.

Reich já declarou o desejo de usar mais o no-huddle assim como o Tight End Ladarius Green (principalmente em situações de passe), que para muitos, é o substituto de Antonio Gates na franquia e já mostrou ser capaz disso com ótimas atuações em 2013. O grupo de recebedores, liderado por Keenan Allen, vem ainda mais forte para a atual temporada. O camisa 17 deve estar gostando do que está vendo.

O sucesso do ataque depende muito da linha ofensiva. Dar tempo para Rivers e abrir espaços para o jogo terrestre é fundamental. Esse grupo específico de jogadores vem de uma ótima temporada, na qual tiveram que mostrar versatilidade -por conta das lesões- e atuarem em diversas posições da linha sem deixar o desempenho cair. McCoy não deve ter grandes preocupações nesse quesito.

Keenan Allen, esperança no ataque aéreo da equipe de San Diego

DEFESA

Após um ano de mais baixos do que altos, a defesa do Chargers ganhou reforços para deixar todos otimistas em relação ao desempenho da unidade. Com o retorno de Dwight Freeney, a expectativa é que o pass-rush melhore. Junto com Melvin Ingram e até mesmo Jeremiah Attaochu, a tarefa é pressionar mais o QB adversário, algo que não foi visto com tanta frequência em 2013.

Donald Butler e Manti Te'o irão formar a dupla de Inside Linebacker da equipe. O primeiro, capitão da defesa e com contrato renovado, e o segundo com uma temporada já nas costas, a torcida espera  que eles consigam ser dominantes nessa região do campo e com o auxílio do front seven, deixem a defesa em campo menos tempo o possível.

Depois de ser a 29ª pior defesa contra o passe e 23ª pior no geral, a torcida clamava por reforços na secundária. Flowers e Verrett chegaram para mudar a situação da unidade em San Diego e ao lado de Eric Weddle, que atua em alto nível desde 2007 quando foi selecionado pela franquia e representa (o mínimo que seja) parte da segurança na secundária, fazer dessa um ponto seguro da equipe, capaz de forçar turnovers e cometer números mínimos de erros. Mesmo assim, a secundária carrega o rótulo de incógnita do time.

As lesões serão fundamentais para o sucesso da defesa de San Diego, uma vez que o Depth Chart não é lá dos melhores, principalmente na linha defensiva, onde está concentrado um problema crônico da equipe. Este estará exposto ainda mais com a saída de Cam Thomas, mesmo com a permanência de Corey Liuget, subestimado por alguns, mas que tem capacidade de fazer estragos na linha ofensiva adversária. O camisa 94 não pode jogar sozinho, para tal, Kendall Reyes e Ryan Carrethers (rookie) são apostas no setor.

Donald Butler, um dos pilares da defesa

CALENDÁRIO

O calendário é, de longe, um dos maiores problemas que a equipe irá enfrentar em 2014 e que deixa alguns torcedores com um pé atrás. Como se não bastasse enfrentar os times da AFC West duas vezes por ano, a divisão cruza com a NFC West, discutivelmente a mais forte da liga além da competitiva AFC East.

O Chargers já começa enfrentando o Arizona Cardinals fora de casa e logo em seguida recebe nada mais, nada menos, que o Seatlle Seahawks. Diferentemente do ano passado, o final da tabela não será favorável, enfrentando Patriots e Broncos em casa, e saindo para "visitar" os 49ers e Chiefs nas quatro últimas semanas.

PALPITE

Ok, tirar a divisão de Peyton Manning e CIA parece, ainda, ser algo improvável. O que não quer dizer que a equipe não possa chegar aos playoffs novamente. Com um novo record de 9-7 e vaga no Wild Card garantida, o Chargers vai a pós temporada para incomodar os adversários e tentar beliscar algo maior que o Divisional Round.



Comentários: