Com o período de Free Agency, Draft , OTA's, Training Camp, pré temporada e até mesmo o corte final dos elencos já para trás, a análise do que um time pode fazer durante o ano fica mais claro. E é dessa maneira que tentaremos dar uma pincelada sobre o que o San Diego Chargers é capaz de fazer em 2014.
Todos já sabem como acabou a temporada passada para Rivers e companhia. Com uma sequência de vitórias, a equipe de San Diego chegou aos playoffs, bateu o Bengals em Cincinnati e deu trabalho para o Broncos no Divisional Round. Se a defesa não falhasse naquela 3rd&17, a história poderia ser outra, se...
De qualquer maneira, o primeiro ano sob o comando de Mike McCoy e Tom Telesco foi positivo, e a expectativa para um segundo ano ainda melhor, crescia.
OFFSEASON
O primeiro passo seria continuar a reformulação no elenco, principalmente na defesa. Como de costume a equipe não saiu desesperada no mercado de Free Agency, muito por conta do pouco espaço disponível no cap.
- Chegaram: RB Donald Brown, LB Kavell Conner, QB Kellen Clemens, CB Brandon Ghee (já dispensado), CB Brandon Flowers;
- Saíram: DT Cam Thomas, CB Derek Cox, QB Charlie Whitehurst, CB Johnny Patrick, WR Vicent Brown (dispensado), LB Thomas Keiser (dispensado)
O foco nesse período foi a renovação de contrato com jogadores importantes como o LB Donald Butler, S Darrell Stuckey e OG Chad Rinehart.
O segundo passo, e não menos importante, seria o Draft. O objetivo era claro: acrescentar jogadores capazes de fazer a defesa do time atuar em alto nível constantemente. Para tal, as duas primeiras escolhas da franquia foram o CB Jason Verrett e OLB Jeremiah Attaochu. OG Chris Watt, NT Ryan Carrethers, RB Marion Grice e WR Tevin Reese (já dispensado pela fraca pré temporada) foram outras adições no evento.
O time começava a criar "corpo" para o restante do ano. Restava o Training Camp e a pré temporada para que o elenco fosse fechado. Por sorte, dedicação, cuidado (chame do que quiser), a equipe não sofreu com lesões que pudessem afetar consideravelmente no desempenho do time.
Mas fazer um resumo da offseason do Chargers não é o objetivo desse texto. Já explicado o contexto, vamos para a parte interessante: a previsão da temporada.
O ataque do Chargers foi rankeado como o quinto melhor da temporada passada com 393.3 jardas por jogo, muito por conta do ressurgimento de Philip Rivers, aliado a melhor temporada da carreira do RB Ryan Mathews (1.255 jardas e 6 touchdowns). Ken Whisenhunt, coordenador ofensivo da equipe em 2013 (atual Head Coach do Tennessee Titans) tem muito a ver com isso. Com um esquema de jogo baseado no ataque terrestre para tirar a pressão de Rivers e com o QB abusando de passes rápidos, curtos e precisos para explorar os atributos de seus recebedores, o ataque do Chargers foi um show a parte.
Mesmo com a saída de Whisenhunt, o esquema de jogo, agora sob comando de Frank Reich, não deve sofrer grandes mudanças. A expectativa é para a melhora do setor com o retorno do WR Malcom Floyd (que perdeu quase todo ano de 2013 com uma lesão no pescoço) e o reforço de Brown no grupo de Running Back's. Esta unidade, por sinal, é uma das mais comentadas da liga pela qualidade que apresenta, simbolizada por Ryan Mathews, Danny Woodhead (foi o RB com mais passes recebidos ano passado, só atrás de Jamaal Charles), Donald Brown, Marion Grice e Branden Oliver.
Reich já declarou o desejo de usar mais o no-huddle assim como o Tight End Ladarius Green (principalmente em situações de passe), que para muitos, é o substituto de Antonio Gates na franquia e já mostrou ser capaz disso com ótimas atuações em 2013. O grupo de recebedores, liderado por Keenan Allen, vem ainda mais forte para a atual temporada. O camisa 17 deve estar gostando do que está vendo.
O sucesso do ataque depende muito da linha ofensiva. Dar tempo para Rivers e abrir espaços para o jogo terrestre é fundamental. Esse grupo específico de jogadores vem de uma ótima temporada, na qual tiveram que mostrar versatilidade -por conta das lesões- e atuarem em diversas posições da linha sem deixar o desempenho cair. McCoy não deve ter grandes preocupações nesse quesito.
Após um ano de mais baixos do que altos, a defesa do Chargers ganhou reforços para deixar todos otimistas em relação ao desempenho da unidade. Com o retorno de Dwight Freeney, a expectativa é que o pass-rush melhore. Junto com Melvin Ingram e até mesmo Jeremiah Attaochu, a tarefa é pressionar mais o QB adversário, algo que não foi visto com tanta frequência em 2013.
Donald Butler e Manti Te'o irão formar a dupla de Inside Linebacker da equipe. O primeiro, capitão da defesa e com contrato renovado, e o segundo com uma temporada já nas costas, a torcida espera que eles consigam ser dominantes nessa região do campo e com o auxílio do front seven, deixem a defesa em campo menos tempo o possível.
Depois de ser a 29ª pior defesa contra o passe e 23ª pior no geral, a torcida clamava por reforços na secundária. Flowers e Verrett chegaram para mudar a situação da unidade em San Diego e ao lado de Eric Weddle, que atua em alto nível desde 2007 quando foi selecionado pela franquia e representa (o mínimo que seja) parte da segurança na secundária, fazer dessa um ponto seguro da equipe, capaz de forçar turnovers e cometer números mínimos de erros. Mesmo assim, a secundária carrega o rótulo de incógnita do time.
As lesões serão fundamentais para o sucesso da defesa de San Diego, uma vez que o Depth Chart não é lá dos melhores, principalmente na linha defensiva, onde está concentrado um problema crônico da equipe. Este estará exposto ainda mais com a saída de Cam Thomas, mesmo com a permanência de Corey Liuget, subestimado por alguns, mas que tem capacidade de fazer estragos na linha ofensiva adversária. O camisa 94 não pode jogar sozinho, para tal, Kendall Reyes e Ryan Carrethers (rookie) são apostas no setor.
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Donald Butler, um dos pilares da defesa |
CALENDÁRIO
O calendário é, de longe, um dos maiores problemas que a equipe irá enfrentar em 2014 e que deixa alguns torcedores com um pé atrás. Como se não bastasse enfrentar os times da AFC West duas vezes por ano, a divisão cruza com a NFC West, discutivelmente a mais forte da liga além da competitiva AFC East.
O Chargers já começa enfrentando o Arizona Cardinals fora de casa e logo em seguida recebe nada mais, nada menos, que o Seatlle Seahawks. Diferentemente do ano passado, o final da tabela não será favorável, enfrentando Patriots e Broncos em casa, e saindo para "visitar" os 49ers e Chiefs nas quatro últimas semanas.
PALPITE
PALPITE
Ok, tirar a divisão de Peyton Manning e CIA parece, ainda, ser algo improvável. O que não quer dizer que a equipe não possa chegar aos playoffs novamente. Com um novo record de 9-7 e vaga no Wild Card garantida, o Chargers vai a pós temporada para incomodar os adversários e tentar beliscar algo maior que o Divisional Round.