segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Antes de irmos de fato para o que realmente interessa, gostaria de fazer um pedido ao Chargers:
- Se for para ganhar, não faça do jeito difícil, não tente matar o torcedor do coração, nem na primeira semana da temporada regular, nem na última. 

Enfim, o Chargers ganhou do Lions por 33-28 e por mais que o placar seja apertado, o jogo não condiz com ele. Ou melhor dizendo, não era para termos sofrido tanto. Um começo sonolento, com erros infantis quase que custaram uma vitória.

No geral, o jogo foi bem positivo por mais que destacaremos alguns pontos negativos. Como estes são ínfimos quando comparados aos positivos, começaremos por eles.

PONTOS NEGATIVOS

  • Se podemos definir em uma frase seria: má execução de algumas (poucas) jogadas. Os primeiros drives do ataque foram um tanto quanto conturbados. De certa forma até esperado quando sua linha ofensiva é totalmente reformulada, um running back calouro e contra uma defesa que é muito boa;
  • Philip Rivers teve duas leituras ruins. Suas duas interceptações eram extremamente evitáveis o que por um leve momento nos fez voltar a 2012. Na primeira delas (pick 6) a jogada foi bem desenhada. Uma drag rout com Green e Allen cruzando. Allen ficou cercado por 4. Green saiu livre do outro. Rivers escolheu a opção errada. Na segunda, uma bola forçada no fundo da End Zone para Floyd que não teve a mínima chance de disputar a jogada. Deveria, no mínimo, ser uma bola alta. Tirando isso, Rivers foi sublime (falaremos disso adiante);
  • A cobertura do Special Team do Chargers está longe do ideal (principalmente em punts). Desde a pré-temporada estamos alertando para esse ponto e no jogo contra o Lions o problema continuou. Quanto aos kickoffs, Lambo conseguiu evitar 4 retornos em 7 oportunidades. Bom número quando comparado aos kickoffs do Novak.

Reparem no Green saindo sozinho do outro lado:



PONTOS POSITIVOS

  • Philip Rivers. Como é bom ter o camisa 17 como seu quarterback. Poderia ficar elogiando ele dia e noite mas vou resumir sua performance em números. 35/42, 2 touchdowns, mais de 400 jardas. Acabou o jogo acertando 20 passes consecutivos, acertou todos os 11 no último quarto. Foi a maior performance de um QB do Chargers na abertura da temporada e empatou Dan Fouts com 254 TDs - recorde da franquia. Acho que isso basta;
  • Keenan Allen foi excepcional. Melhor jogo da sua carreira com 15 recepções e mais de 160 jardas, incluindo uma conversão de 3rd&19 em um momento crucial. Bem que alertaram que ele estava voando no Training Camp. Mais disso por favor;
  • O companheiro do Allen, Stevie Johnson, é outro que fez uma ótima partida. Route running perfeito e pode ser letal nos screens (como foi contra o Lions). Resumidamente, é um Eddie Royal muito melhorado (este que vos fala ama o Royal);
  • Alguém que surpreendeu positivamente foi Ladarius Green. 5 recepções, 74 jardas, 1 TD para alguém que acabará de voltar de uma concussão e com o rótulo de substituto do Gates. Green não conseguiu demonstrar, ou consolidar todo o potencial que tem em 2014. Nessas primeiras semanas sem o camisa 85, ele terá que corresponder com todas as expectativas em cima dele. Começou bem, garotão;
  • Melvin Gordon teve um bom jogo. Sofreu um fumble, mas já mostrou evolução quando comparado a pré-temporada. Suas 54 jardas não dizem muito do seu jogo. Se não fosse um pequeno detalhe, teria anotado um dos touchdowns mais bonitos que você já teria visto;
  • Danny Woodhead <3 <3
  • Como já mencionamos, a linha ofensiva não foi lá grandes coisas, no entanto, DJ Fluker teve um jogo dominante. Sua transição para guard começa a mostrar resultados. Infelizmente essa sequencia deve ser interrompida por um tempo já que ele sofreu uma torção no tornozelo e deve parar por até 6 semanas.

Não existe um bloqueio melhor do que esse do Fluker.


A defesa merece ser mais especificada pelo simples fato de ter sido excepcional. Você pode até se perguntar como um time que toma 28 pontos pode ter uma defesa tão elogiada, por isso tentaremos mudar sua opinião.

Vamos disseca-la por partes.

  • Na linha defensiva, o trabalho não foi de encher os olhos, mas foi muito sólido. O time cedeu 69 jardas terrestres. Um número razoavelmente baixo se você entender a tática que Pagano utilizou. O Chargers usou marcação dupla no Calvin Johnson (algumas vezes no Golden Tate). Isso significa, no mínimo, um jogador a menos auxiliando no jogo terrestre. Pode parecer pouco, mas faz falta. Corey Liuget, Darius Philon e Lissemore, principalmente, merecem elogios;
  • O fato do jogo corrido dos Lions não ter sido tão eficiente deve-se também ao corpo de ILB do Chargers, principalmente Donald Butler. Enquanto Te'o não teve um bom jogo (perdendo 6 tackles), Butler computou 5, mais um tackle for loss e o mais surpreendente: não perdeu nenhum;
  • Quanto aos OLBs do time: por enquanto é só amor. Melvin Ingram parece um pro bowler, Kyle Emanuel é o rookie sensação e os dois juntos estão dando um espetáculo. Emanuel mais precisamente teve um TFL, um sack e uma interceptação. Não tem muito mais o que pedir para ele;
  • Outro espetáculo é a secundária. Lembra quando falamos que esse setor seria um dos mais fortes do time? Pois bem... Pagano parece ter lido nossa análise para o confronto, colocou uma marcação dupla alternada nos WRs dos Lions e simplesmente anulou a principal dupla da liga na posição. Até o último drive, Verrett/Flowers/Weddle tinham permitido apenas 52 jardas combinadas de Calvin Johnson e Golden Tate. O primeiro, apenas 1 recepção para 28 jardas. FANTÁSTICO. 

Ingram tratando Stafford como um boneco. Resultou na interceptação do Emanuel


Pagano merece muitos créditos. O Chargers não tem um front seven muito forte, mas tem uma secundária excelente. Com esse material, a melhor alternativa é mandar blitz e nesse quesito o DC do Chargers é muito bom: sempre é interessante ver a variação de formações que a defesa do time apresenta. Ontem ele abusou desse conceito e não a toa as duas interceptações do Chargers foram resultados de blitz bem executadas.

Sendo assim temos mais um pedido: 
- Coragem John Pagano! A secundária do Chargers é forte. Manda blitz. Deixa o prevent para depois. Joga sem medo. Como San Diego Chargers.


Pedido é um oferecimento de Andre Rizek.



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