sábado, 12 de setembro de 2015

Para falarmos um pouco mais sobre o adversário do Chargers na primeira semana da temporada regular, nada melhor do que sabermos a opinião de um jornalista conceituado no assunto, principalmente quando o tópico é Detroit Lions. Sendo assim, convidamos Matheus Rocha para destrinchar o Lions.

Bolts Brasil: Quais os pontos fortes do Lions?

Matheus Rocha: Não existiu prévia da temporada dos Lions sem falar da saída de Ndamukong Suh (e alguns ainda falaram de Nick Fairley). É lógico que os dois farão falta, mas muita gente está esquecendo de uma coisa. Tirando os dois, todos os outros nove titulares da ótima defesa de 2014 retornam. James Ihedigbo e Glover Quin fazem um ótimo par de safeties, o corpo de linebackers está bem consolidado (só que os torcedores dos Chargers podem comemorar que DeAndre Levy, o melhor deles, não jogará) e Ziggy Ansah deve ter um ano ótimo. E não dá para falar de pontos fortes dos Lions sem pensar naquele que é o melhor par de wide receivers da liga, Calvin Johnson e Golden Tate.

BB: Quais as deficiências do time?

Matheus: No ano passado, um dos grande problemas da equipe foi o jogo corrido. A linha não conseguia bloquear bem e os running backs não conseguiam achar espaço. A pré-temporada mostrou evolução, mas ainda não estou totalmente certo de como será na temporada, ainda mais porque Bell volta de lesão direto para o jogo. Outro ponto que pode ser fraco é o nickel, onde a equipe teve bastante dificuldade na última temporada e tem um segundo-anista com pouca experiência na posição, Nevin Lawson.


BB: Quais sleepers temos que prestar atenção na equipe de Detroit?

Matheus: Todo mundo já conhece Ameer Abdullah depois do bom desempenho na pré-temporada. Então fico com dois running backs que não devem ter muitos snaps, mas que devem fazer diferença quando entrarem -  Zach Zenner pelo chão e Theo Riddick pelo ar. Outro nome é TJ Jones, que ganhou a competição pelo posto de último wide receiver e será o retornador de chutes.

BB: Quais os matchups que você como determinantes nesse jogo?

Matheus: Ficaria bem preocupado se Antonio Gates jogasse, já que os Lions tiveram problemas com tight ends no último ano. Mas como ele não joga, meu principal matchup tem os recebedores dos Lions - Johnson, Tate, Lance Moore e cia - contra a secundária versátil dos Chargers, que tem jogadores que podem cobrir diferentes jogadores. Acho que a chave para os Lions é tentar explorar a altura de Megatron, já que ele é 16 centímetros mais alto que qualquer membro da secundária.



Como bem apontado por Matheus, a chave do jogo estará na disputa entre os WRs de Detroit contra a secundária de San Diego. Dessa forma, qual a maneira do Chargers levar vantagem no confronto? Uma maneira inteligente seria repetir o que o Patriots fez em 2014 quando derrotou a equipe comandada por Mathew Stafford por 34-9.

Na ocasião, a equipe de New England tirou proveito de um matchup parecido da seguinte forma: Darrelle Revis anulou completamente Golden Tate e Brandon Bowner, com auxilio de um safety jogando recuado ficaram na incumbência de marcar Calvin Johnson. Stafford teve um ratio de 39.3 (pior da sua carreira).

Transportando isso para o Chargers fica evidente o que poderia ser feito: Brandon Flowers no Golden Tate, Verrett com auxilio do Weddle no Megatron (ou o contrário, indiferente). Aliado a isso, um pass rush eficiente ajudaria muito a secundária de San Diego, simplesmente porque você não consegue marcar esses dois WRs por muito tempo. E nesse quesito, o Chargers pode levar vantagem enfrentando uma linha ofensiva com alguns problemas.

No outro lado da moeda, o ataque do Chargers vai ter uma decisão a tomar: estabilizar o jogo terrestre ou o aéreo primeiro? Levando em conta que nenhuma defesa foi melhor do que a do Lions quando o assunto é parar o jogo terrestre, a resposta parece ser óbvia. Acrescente o fato de que o Chargers deve ter um missmatch favorável contra os LBs e a secundária de Detroit. Ou seja, estabelecendo o jogo aéreo, o Chargers vai forçar o Lions a ser mais "cauteloso" contra o jogo terrestre dando ao Gordon, Woodhead e Oliver boas oportunidades.

No geral deve ser uma partida muito equilibrada e que deve ser decida nos detalhes (fique atento as trincheiras). Estamos prestes a ver um belíssimo jogo.


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